Madeira Wine Company
Em agosto de 2011, as famílias Blandy e Symington assinaram um acordo que permitiu que a Blandy's voltasse a ser acionista maioritária da empresa, ficando os Symingtons com 10 %. Foi também a primeira vez em muitos anos que um elemento da família Blandy assumiu a liderança da empresa, quando Chris Blandy, da 7.ª geração, assumiu o cargo em setembro de 2011. Com esta mudança na estratégia do Grupo, a Madeira Wine Company tornou-se um dos principais órgãos de direção do Grupo.

Grupo Porto Bay
Com a criação do Grupo Porto Bay, a Blandy's voltou a dedicar-se à hotelaria da Madeira. Juntamente com a Ocean Islands, a Blandy’s encetou contacto com a Thomas Cook, que comprou uma participação estratégica no Grupo Porto Bay em 2000. Porque o sucesso gera sucesso, o Grupo Porto Bay expandiu-se com a abertura do Porto Santa Maria em 2000, no local do antigo Arsenal, e em 2003 foi inaugurado o Hotel e Resort Porto Mare, ambos com alojamento de 4 estrelas e de qualidade excecional.

O primeiro passo para a internacionalização surgiu em janeiro de 2007, com a compra do Hotel Porto Bay Rio International, situado na linha de frente da praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. O Grupo Porto Bay deu esse passo em parceria com a Logoplaste, uma multinacional portuguesa de sucesso, marcando o início da sua participação em projetos conjuntos com o Porto Bay. A internacionalização intensificou-se no final de 2007, quando o Grupo Porto Bay adquiriu o premiado Porto Bay Glenzhaus em Búzios (uma cidade à beira-mar no estado de Rio de Janeiro) com o intuito de complementar o hotel que já possuía no Rio de Janeiro.

O Il Gallo d'Oro, o principal restaurante do Hotel The Cliff Bay, foi estrela Michelin em 2008 e ainda hoje é o único restaurante na ilha da Madeira com essa distinção.

Em março de 2008, o movimento de expansão do Grupo estendeu-se a Portugal continental, com a abertura do Porto Bay Falésia (anteriormente um hotel do Rio) em Olhos d'Água, perto de Albufeira, no Algarve.

Em maio de 2009, seguindo os passos do Rio de Janeiro e Búzios, o Grupo Porto Bay adquiriu uma terceira propriedade na capital financeira da América Latina, o L'Hotel São Paulo, de cinco estrelas, que passaria a ser conhecido como L'Hotel Porto Bay São Paulo. O hotel situa-se na Alameda Campinas, na esquina da Avenida Paulista, no centro financeiro e cultural da cidade, perto dos melhores restaurantes, bares, museus e lojas da cidade. Este estabelecimento de cinco estrelas e oitenta quartos é um hotel boutique com restaurante, SPA, piscina coberta e ginásio.

Em abril de 2015, abriu portas o novo hotel de cinco estrelas PortoBay Hotels & Resorts em Lisboa, o PortoBay Liberdade. Este boutique hotel de charme tem uma localização fantástica, no coração da cidade, a apenas 30 metros da Avenida da Liberdade, a mais luxuosa avenida da capital portuguesa. O hotel conta com 98 quartos, a maioria com varanda, o que confere um ambiente fresco e relaxante, reforçando ainda mais a já conhecida luminosidade da cidade de Lisboa. No interior, observam-se alguns pormenores da época. É o caso das cantarias de lioz, pedra branca utilizada em Lisboa como rocha ornamental nos monumentos históricos.

Essas aquisições mais recentes do Porto Bay Hotels & Resorts significaram um aumento da capacidade máxima do Grupo para aproximadamente 2 900 camas, divididas entre unidades de 4 e 5 estrelas em quatro regiões muito distintas, mas adotando todas elas o conceito e a qualidade fundamentais da garantia Porto Bay.

1900's

O turismo da Madeira na década de 1980
Nos anos 80 do século passado, o turismo voltou a ser uma grande indústria em crescimento em Portugal. Em 1994, foi inaugurado o Hotel The Cliff Bay, tendo sido construído numa propriedade pertencente ao Grupo. O The Cliff Bay acabou por marcar o início de uma parceria que daria origem ao Grupo Porto Bay, hoje um dos principais grupos hoteleiros da Madeira. Em conjunto com a Ocean Islands, os dois grupos controlam 90 % do capital social. O Reid's foi vendido em 1996 ao grupo Orient Express e, em 2000, foi fundado o Grupo Porto Bay.

O pedido de adesão à UE
No tempo da revolução, a Madeira adquiriu o estatuto de região autónoma. Desde então, tem sido liderada pelo Dr. Alberto João Jardim, uma figura dinâmica e por vezes controversa. Na década de 1980, Portugal começou a orientar-se para a adesão à UE, algo que trouxe consigo maior estabilidade económica e política. Foi no contexto de um futuro europeu para Portugal que o Grupo Blandy iniciou o seu programa de identificação das principais áreas de negócios. O Grupo deu então início à política de formar parcerias com líderes de mercado. O sucesso ficou marcado pelas parcerias com a família Symington em 1989 (MWC), a Lusomundo (Diário de Notícias da Madeira) em 1994 e C&N/Thomas Cook (Hotéis Porto Bay) em 2000.

Os escritórios de Lisboa e a Revolução portuguesa
Durante o regime de Salazar, o governo português centralizou todos os aspetos da vida empresarial em Lisboa. Era, portanto, essencial ter presença em Lisboa, pelo que, em 1946, a Blandy's abriu um escritório na capital.

Em 1974, a revolução portuguesa abalou o país. Até então, Portugal possuía uma economia protegida, com controlo centralizado da indústria, câmbio controlado de moedas estrangeiras, barreiras comerciais e sindicatos controlados pelo governo. Com a revolução, o governo, a função pública e a indústria disseram adeus à antiga ordem. Os conselhos de administração de todas as grandes empresas foram substituídose todos os bancos foram nacionalizados. A família Blandy decidiu permanecer na Madeira até que a situação se tornasse insustentável, algo que acabou por nunca acontecer.

Após a revolução, as empresas passaram a enfrentar desafios que até então desconheciam e em relação aos quais as administrações tinham uma experiência diminuta ou mesmo nula: a desvalorização do escudo, sindicatos ativos, decisões bancárias tomadas por motivos políticos, não financeiros, uma inflação de 35 % e um mercado interno em que praticamente não havia despesas dos consumidores nem fundos para investimentos. Embora nenhum dos negócios do Grupo Blandy tenha sido nacionalizado, o Grupo atravessou momentos difíceis durante esse período. Talvez a consequência mais penosa da revolução tenha sido o encerramento forçado da Madeira Electronics Company, que na época empregava mais de 900 trabalhadores, maioritariamente mulheres, e era um dos maiores empregadores da ilha. Para pagar as indemnizações necessárias, o Grupo viu-se obrigado a vender propriedades substanciais.

Na década de 1970, a circulação do Diário de Notícias da Madeira caiu para cerca de 7 000. A revolução representou o fim da censura da imprensa. O país tornou-se altamente politizado e passou a ser evidente que, para que um jornal regional fosse bem-sucedido em Portugal, era necessário que divulgasse notícias gratuitas e imparciais. Foi essa constatação que levou o Diário de Notícias da Madeira a desenvolver uma nova estratégia editorial e comercial, que acabou por lançar as bases para o seu sucesso atual.

Outras áreas de atividade
A Blandy's fez um investimento comercial na indústria da farinha e moagem na Madeira nos anos 1800. Em 1942, os madeirenses revoltaram-se contra o aumento dos preços do pão e da farinha, causado pelo controlo de preços imposto pelo regime de Salazar. Essa revolta popular ficou conhecida como «a revolta da farinha» e levou a que os moleiros madeirenses decidissem reunir os seus recursos e formar a Companhia Insular de Moinhos, ou CIM.

O Hotel Reid’s
Na década de 1930, a dimensão do Banco Blandy era suficiente para prestar um apoio financeiro expressivo a várias empresas locais. Em 1925, a família Reid chegou ao limite e entrou em falência. O negócio ressurgiu, mas, em 1936, o Hotel Reid's teve dificuldades e solicitou financiamento ao Banco Blandy. Em 1937, a Blandy’s passou a ter pleno controlo do hotel, o que marcou o início do envolvimento do Grupo Blandy no setor hoteleiro. Pouco depois, entre 1939 e 1949, o hotel teve de fechar devido à Segunda Guerra Mundial. Em 1949, reabriu especificamente para receber Winston Churchill e a sua esposa, que ocuparam o mesmo conjunto de quartos que David Lloyd George ocupara vinte e cinco anos antes.

As mudanças na indústria vinícola da Madeira
Em 1825, o vinho da Madeira chegou a fazer exportações de 10 000 barris, número que não voltaria a ser alcançado até 1916. Esse declínio deveu-se, em parte, aos efeitos devastadores de duas pragas da videira, a primeira das quais, a Oidium Tuckeri, atingiu a ilha em 1851. A segunda praga, a filoxera, foi identificada pela primeira vez na Madeira em 1872. Juntas, dizimaram a vinicultura da ilha e todos os transportadores marítimos viram os seus rendimentos cair drasticamente. Em resposta à situação, vários transportadores uniram-se para formar a Associação do Vinho da Madeira em 1913, com a intenção de partilhar as despesas gerais, mantendo cada casa a sua marca e o seu o estilo individual. Devido às dificuldades que se fizeram sentir no setor, a Associação ficou conhecida como o «cemitério do transportador». Em 1925, a Blandy’s juntou-se à Associação. Esta sobreviveu e, em 1986, passou a ser a Madeira Wine Company SA, numa altura em que a Blandy’s detinha mais de 90 % do capital. Em 1989, a família Symington, conhecida pelo seu investimento no comércio do vinho do Porto, adquiriu o controlo acionário da Madeira Wine Company, juntando as marcas da Madeira ao seu portefólio. Foi uma situação que trouxe à empresa importantíssimos conhecimentos e permitiu uma distribuição a nível mundial, algo que o tempo viria a confirmar ter sido uma decisão acertada.

O Banco Blandy
No final de 1800, foi desenvolvido um sistema em que, em vez de pagamento, era dada uma moeda simbólica de latão com cunho da Blandy’s aos produtores de vinho. As moedas foram criadas em resultado de uma escassez crónica de dinheiro trocado em circulação. Quando os produtores reuniam um número de moedas suficiente para compensar a troca, apresentavam-nas à Blandy's, onde eram devidamente substituídas por moeda legal. Juntamente com as letras de câmbio dos viajantes tratadas pela Shipping Agency, formaram a base para a fundação do Banco Blandy. Em 1923, foi criado um departamento bancário específico. Essa parte do grupo recebeu o nome Blandy Brothers (Banqueiros) Lda. e foi vendida ao Banco de Espírito Santo em 1966.

Entretanto, nas Ilhas Canárias, o negócio estava a crescer sob a administração de Charles Maurice Blandy, filho de John Burden Blandy. Tal como a Madeira, as Ilhas Canárias eram um importante porto de escala, tanto para embarcações comerciais como para navios militares e de passageiros. Com o desenvolvimento da tecnologia, a Blandy’s fundou uma empresa de engenharia para dar resposta à crescente procura de bens mecânicos. Durante esse período, o Banco Blandy também se estabeleceu em Las Palmas, acabando por ser vendido ao Banco Español de Crédito durante a Segunda Guerra Mundial, juntamente com o estaleiro de reparação naval. No início de 1900, deu-se ainda a primeira importação de veículos da Blandy’s para a ilha, o que lançou as bases para a unidade de automóveis, que foi vendida em 2004/5.

1900 – O início do turismo da Madeira
Nos anos 1800, a Madeira tornou-se um destino popular para os turistas e inválidos que se deslocavam à ilha para passar o inverno num clima quente. O início da indústria do turismo desenvolveu-se em torno desses visitantes, que habitualmente permaneciam durante seis meses ou mais. Em 1880, William Reid, que já era um hoteleiro com reputação na ilha, começou a construir o Reid's, o hotel mais conhecido da Madeira. Após a sua morte, em 1887, os filhos deram continuidade ao projeto e o hotel foi inaugurado em 1891. Projetado pelo mesmo arquiteto do Raffles em Singapura, rapidamente o Reid’s se tornou sinónimo de luxo e passou a ser o principal hotel da ilha.

Também durante esse período, a Union Line e a Castle Line (mais tarde conhecidas como Union Castle Steamship Company Ltd) iniciaram um serviço regular para a África do Sul com passagem regular pela Madeira e por Las Palmas. O desenvolvimento inicial do turismo na Madeira deveu-se sem dúvida, em grande parte, a esse serviço de transporte regular ao qual a Blandy's esteve associada durante mais de 100 anos.

1800

Expansão ultramarina e reforço da diversificação
Dada a proximidade geográfica e as muitas características próprias de um porto comercial, a expansão rumo às Ilhas Canárias foi um passo natural. Em 1886, John Burden Blandy, neto de John Blandy, abriu escritórios da Blandy’s nas Canárias, oferecendo aos navios um serviço de abastecimento de combustível e de fornecimento de água e mantimentos. O escritório de Londres (estabelecido em 1838) passou a ser responsável pela compra de carvão proveniente do sul do País de Gales, além de negociar os contratos anuais de abastecimento de combustível com os armadores. Em 1906, a Blandy's foi nomeada agente da Lloyd's em Las Palmas.

Até ao final dos anos 1800, no Funchal, a água canalizada apenas estava disponível em fontes públicas. Graham John, John Burden e Raleigh Blandy (filhos de Charles Ridpath) estabeleceram um dos primeiros sistemas de água canalizada da cidade, garantindo o fornecimento de água potável pura aos navios e para a produção de vinho.

A Agência de Transportes
Na década de 1850, deu-se a era do carvão, que fez surgir novas oportunidades. John Blandy e o seu filho Charles Ridpath Blandy compraram terrenos em frente à praia e enseadas na ilha para o armazenamento de carvão. A Blandy's passou a ser responsável por oferecer serviços abastecimento de combustível às embarcações que faziam escala no Funchal, além de fornecer carvão aos navios a vapor costeiros. Por sua vez, isso levou ao estabelecimento da agência de transporte marítimo. Durante a guerra civil americana, a Blandy’s abasteceu tanto os navios da Marinha dos Estados Federados como os da Marinha dos Estados Confederados, situação que por vezes exigiu cuidados diplomáticos. Em 1878, a Blandy's foi nomeada agente da Lloyd’s na ilha, uma posição que ainda hoje mantém. Também nessa altura, a Blandy's construiu uma rede de distribuição em torno da ilha, usada para transportar não apenas uvas, mas também pessoas e mercadorias. Mais tarde, esse sistema converteu-se numa frota de embarcações costeiras, que, por sua vez, eram apoiadas por um estaleiro de construção e reparação naval.

Os anos 1800 – Os interesses no vinho e no transporte marítimo na Madeira e nas Ilhas Canárias
Desde que John Blandy (1783-1855) chegou à Madeira pela primeira vez em 1807, a história da família passou a estar intimamente ligada à da ilha. Em 1811, John Blandy estabeleceu-se como transportador marítimo de vinhos, adquirindo a propriedade onde hoje se situam as caves Old Blandy Wine Lodges, no centro do Funchal.

Ao longo das décadas seguintes, a Blandy's diversificou a sua esfera de atividades, principalmente em áreas associadas ao vinho ou ao transporte marítimo. Começou a importar bens correntes, muitas vezes realizando a gestão das embarcações à vela e da sua carga. Essa atividade deu origem à agência de transporte marítimo. Mais tarde, quando a Madeira começou a ser um destino turístico, estavam criadas as condições para o desenvolvimento dos serviços bancários: era costume as letras de câmbio locais e estrangeiras relativas a pagamentos serem descontados pelas Cartas de Crédito dos viajantes pelos transportadores, assim como era frequente os ingleses ricos que vinham para a Madeira por motivos de saúde chegarem com cartas de crédito passadas pela Blandy’s.

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